Requiem: palavra de origem latina que refere uma oração católica pelas almas no purgatório. Ou seja, trata-se de um "elogio fúnebre". Claro que neste caso, não é mais que o final de uma fase da minha vida, 8 meses e meio longe da minha casa, da minha família próxima e das minhas amigas. Sei que estive muito tempo sem actualizar este blog, mas preferi aguardar pelo dia 15 de Setembro, dado que faz hoje precisamente um ano que estive presente na minha primeira aula em Malakoff.
À distância de 365 dias, há muita coisa que hoje em dia é muito mais clara do que quando cheguei. E aqui entra a questão principal: o que significa o Erasmus? Depende do ponto de vista, mas a minha resposta pessoal é que o Erasmus foi, para mim, um período de descoberta e auto-conhecimento. Quando fui para lá não sabia o que iria acontecer (como é óbvio), pelo que o princípio seria esperar o inesperado, abraçar cada dia como se fosse o último e desfrutar ao máximo o que me viesse a aparecer pela frente.
Como é óbvio, houve, como há sempre na vida, surpresas e desilusões. Quando tudo acabou, uma coisa é certa, percebi que tinha mudado a minha personalidade, tinha-me deixado moldar pela experiência. No geral, é uma mudança positiva, acabei por me tornar muito mais persistente e ambicioso em relação ao que quero e, de certa forma, acredito mais que tudo é possível se eu quiser do que antes de ir. Porém, como não há bela sem senão, agora também tenho que trabalhar de novo os meus índices de paciência porque, força do hábito de estar muito tempo sozinho, acabo por ter dificuldades em diferenciar a exigência que imponho a mim mesmo e aquela que devo impor aos outros. E as meninas é que sofrem... mas de dia para dia, está melhor.
Olhando para trás, se soubesse de antemão tudo o que aconteceria, teria ido na mesma. E quem me perguntar pela minha opinião, eu incentivarei qualquer um a ir. Há demasiadas coisas boas para deixarmos que as questões e os "ses" que nos assustam de vez em quando nos impeçam de aproveitar ao máximo. Claro que depois, o como aproveitar depende de cada um. Eu tive tempo para namorar, tempo para conhecer 3 cidades europeias que eu não dispensava de conhecer (Paris, Londres e Bruxelas) e ainda consegui regressar sem qualquer impacto negativo no meu percurso académico. Acho que não era possível fazer muito melhor.
Portanto, deixado o elogio à minha opção, digo para o último deixar a porta fechada dado que a foto que podem ver foi tirada no último dia, depois do último exame, já com uma enorme nostalgia, saudades daquilo que havia vivido ainda antes de se tornar passado, memória que acarinho.
PS: como todos sabemos, há músicas que definem momentos, pelo que deixo uma pequena play-list de músicas que se adaptariam ao que foi este ano:
- Nelly Furtado - I'm like a bird;
- Bon Jovi - I love this town / Who says you can't go home? / 'Till we ain't strangers anymore;
- Bruce Springsteen - Working on a dream;
- Clémence - La vie comme elle vient;
- Fort Minor - Remember the name;
- Jena Lee - J'aimerais tellement;
- Kaiser Chiefs - Ruby;
- Lorie - Si demain;
- Mafalda Veiga & João Pedro Pais - Cúmplices;
- Nickelback - If today was your last day;
- Red Hot Chili Peppers - Road Trippin'
- Scorpions - Life is too short;
- Tina Arena - Aller plus haut;
- U2 - Walk on;
- Within Temptation - Memories;
- 3 Doors Down - Running out of days;
Bom, nos próximos dias vou pensar na reformulação deste blog, mas prometo que este é só o último post da primeira "encarnação" das minhas desventuras! =)